SHELL WE DANCE
Lagostas, peixes, corais, anêmonas, conchas e estrelas do mar convivem harmonicamente na composição de dois trabalhos de arte, medindo 93,5 x 136cm.
Um longo processo de pesquisa e pintura em diversas camadas de pigmentos puros, resultou em o que parece ser uma dança de seres marítimos, que aparentam se mover imersos na profundidade das telas.
Uma viagem para a Ilha de Pemba, ao norte de Zanzibar, na Tanzânia, inspirou a coleção Shell We Dance. Hospedada em um quarto-balsa no hotel The Manta Resort, Kika pode observar a vida marinha e as diversas espécies que vivem na região. Seu quarto era submerso e cheio de janelas com vista para o caloroso Oceano Indico. Além de assistir os mais variados seres vivos que apareciam nas janelas ao longo do dia e da noite, Kika mergulhou na leitura de um livro, que trazia todos os animais que poderiam aparecer por lá, e seus nomes científicos.
Vestidos e peças fluídas, com cortes minimalistas; alguns com babados dramáticos, cheios de leveza e movimento, remetendo ao fundo do mar, trazem a vida marítima e colorida de Pemba para a coleção. Os tecidos utilizados são seda com poliamida biodegradável, georgette de viscose e rayon de viscose.
Shell We Dance é voltada para mulheres independentes, que fogem do óbvio e buscam roupas com um significado e um conceito por trás de seu processo criativo. São mulheres que não se prendem à tendências e enxergam que roupas são mais do que adornos; são, na realidade, extensões de suas personalidades artísticas e sensíveis.
LÍRICA, CALMA E VIVACIDADE
A coleção Lírica, Calma e Vivacidade, de Kika Simonsen, representa uma viagem para dentro de si. Foi pensada e criada em meio à pandemia, em tempos de reclusão da artista no interior do estado de São Paulo.
Foi através de uma intensa rotina de vivência e produção artística imersa na natureza, que resultou em uma coleção inspirada na união de sensações e experiências vividas por Kika nessa temporada no interior.
A intensidade e força do Fauvismo foi uma das fontes de inspiração para a coleção, cujo nome faz menção a obra “Luxe, Calmé et Volupte”, de Henri Matisse.
Obras que retratam natureza morta de artistas pós-impressionistas, como as de Paul Cezanne e Paul Gauguin, e a arte contemporânea de David Hockney, Cressida Campbell e Mary Fedden também contribuíram para o processo criativo.
A coleção é retratada em três cápsulas; a primeira, que leva o nome Happy Hour, representa o desejo por vivacidade. Concebida em momentos solitários, esta cápsula busca traduzir happy hours preparados por Kika, onde ela pôde desfrutar de sua própria companhia. A ideia de montar mesas com taças de martinis, mesclando exuberantes cores e sabores, rodeados de frutas tropicais, foi retratada em uma pintura de 80x80cm, que resultou em duas estampas.
A segunda e a terceira cápsula, que levam os nomes de Camélias e Ipês, respectivamente, foram inspiradas nas mudanças do paisagismo ao longo destes três meses na fazenda.
Camélias representa a influência clássica europeia no paisagismo, enquanto Ipês, representa a beleza do inverno brasileiro. Ambas as flores deram origem a uma pesquisa visual ligada à pintura gestual e experimentação de cores e formas, utilizando tinta acrílica com pigmentos puros.
Doze pequenas pinturas, medindo 50x50cm, foram pinceladas representando a busca pelo equilíbrio entre o planejado e o intuitivo; a pincelada forte contrastada com a delicada; o figurativo com o abstrato; e a energia com a pausa. Das doze telas, quatro foram selecionadas para compor as estampas da coleção: duas para a cápsula Camélias e duas para Ipês. Camélias representa o desejo por calma e paz. Por sua vez, Ipês representa a lírica entre o processo criativo, repleto de sentimentalismo, juntamente com emoções e sentimentos profundos.
A coleção segue este conceito com o emprego de cortes orgânicos e arredondados. Modelagens despojadas e diversificadas surgem em peças que vão desde uma alfaiataria desconstruída à peças fluidas e volumosas, feitas em tecidos nobres, como georgette de viscose e seda. Entre os tecidos em destaque estão linhos 100% puros estampados, crepe de chine em seda pura estampado, tricoline de modal, seda com poliamida biodegradável, anarruga, novidades em jeans reciclados e o exclusivo jacquard, que é um dos highlights da coleção. Feito de fibras de algodão e garrafas pets recicladas, o jacquard aparece em uma padronagem de pequenas taças de martinis, desenvolvida a partir das taças pintadas na tela de Kika.
A cartela de cores é intensa, como as cores vibrantes da natureza. A coleção inclui as cores jade, rosa chiclete, orquídea, amarelo manga, verde limão e off white.
RIO NEGRO
A Coleção Rio Negro de Kika Simonsen busca a conexão com a natureza, inspirada nas águas escuras do Rio Negro e na exuberância da fauna e flora da floresta Amazônica.
As águas do Rio Negro percorrerem a floresta como uma dança. A coleção segue esse conceito através de cortes orgânicos e arredondados. Modelagens despojados e diversificadas aparecem em peças que vão desde uma alfaiataria desconstruída à peças fluidas e volumosas em seda. Tecidos em destaque são linhos mistos, laise de algodão, tricoline de modal, anarruga, e algodão e jeans reciclados.
A beleza do rio e da floresta aparecem nas 4 grandes trabalhos de arte de 95cm por 138cm que geraram as estampas da coleção. A estampa “Macaco Verde” e “Macaco Rosa” são vários desenhos de macacos de cheiro subindo galhos de plantas que competem pela luz solar, assim variam de tons de verde neon a verde floresta e musgo. A tela “abricó de macaco” inclui vários desenhos dessa flora Amazônica que possui flores exuberantes e frutos grandes e arredondados. A “Rio Negro” é um desenho das aguas âmbar misturadas com azul e preto do rio que faz movimentos circulares. A “Sereia” mostra o Rio Negro como um espelho colossal de águas escuras e calmas que refletem as árvores das margens e as nuvens do céu com tanta clareza que em foto, é difícil saber o que é a água do rio e o que é reflexão. O desenho de um rabo de sereia sugere a possibilidade da existência de um mundo místico e submerso embaixo de águas âmbar.
A cartela de cores é vibrante e inspirada nas plantas que competem por raios solares. Laranja e pink vindo do abricó de macaco, marrom e pink da madeira da floresta, e claro, âmbar e preto que representam as cores do rio.
Akai Ito
A Coleção Akai Ito de Kika Simonsen re-interpreta códigos japoneses com olhar contemporâneo e toque ocidental.
Para a coleção, a designer Kika Simonsen teve o Japão como ponto de partida. Conhecida pelas cores intensas, por criar estampas autorais pintadas em grandes telas e por mixar elementos de diferentes culturas de forma autoral e contemporânea, a estilista segue em seu exercício para a coleção Akai Ito.
Esse perfume asiático é sentido principalmente nas modelagens que remetem aos shapes tradicionais japoneses. Na prática, camisas com mangas quadradas e peças com construções que remetem aos kimonos usados pelas gueixas, mas que aqui surgem com um toque urbano, contemporâneo e único. O kimono ganha um toque autoral em sua modelagem: asas de borboletas como mangas. É repaginado e feito em linho com viscose e seda, como elemento de Brasilidade. Além disso, laços bold reforçam essa inspiração de forma romântica e moderna, ao mesmo tempo. Em comum entre elas: a amplitude das peças, que abraçam o corpo, proporcionando conforto de uma forma ultra sofisticada.
Isso é sentido também no toque, os tecidos proporcionam essa sensação de comodidade - e, claro, caimento. Sedas em diferentes versões, ora puras, ora com fios metalizados são destaques. Mas há ainda linhos mistos, algodão reciclado, malha, tweed e veludo canelado, mostrando como as texturas também foram levadas em consideração na hora da criação.
As estampas foram pintadas em grandes telas. Dois trabalhos dípticos (ou seja, uma obra que é dividida em duas partes), fazem a estampa Kyoto que representa turistas vestidas em quimonos; circulando nos templos com as suas árvores repletas de flores de cerejeira. Outras 3 telas completam as estampas borboletas, tsurus, (ambas com representações de suas formas orgânicas e em origamis) e a tela peônias.
Sempre sintonizada as ondas mundiais e adepta de novas políticas para sua etiqueta, Kika investiu em tecidos sustentáveis produzidos a partir de retalhos e reciclagem de garrafas pets, além de outros resíduos que iriam gerar poluição ambiental. Por isso todo o processo de tecelagem e tingimento foram idealizados para diminuir o uso de água e deixar etapas convencionais mais eco. E, claro, mantendo sempre a preocupação de ter um produto final com um padrão de alta qualidade.
Tudo isso tingido por uma cartela de cores vibrante, marcada por intensos tons de rosa, como fúcsia e o pink. E ainda, azul claro, amarelo mostarda, cereja e verde floresta, marcam presença. Uma marca idealizada por uma mulher e voltada para mulheres independentes que fogem do óbvio e não se apegam a tendências, pois sabem que roupas são mais que adornos, são na verdade extensões de suas personalidades artísticas e sensíveis.
Caraíva
As cores, texturas e sabores de Caraíva inspiraram a estilista Kika Simonsen na criação de sua coleção de alto-verão 2020.
O ponto de partida foram as impressões da estilista e seu imaginário sobre a cidade do litoral baiano, que resultaram em uma coleção de cores vivas, estampas exclusivas e peças fluidas.
Em seu processo criativo, o primeiro passo de Kika é desenhar as pinturas, desenvolvidas em camadas com pigmentos puros. À partira dai, o desenho das telas é passado para o tecidos e a coleção começa a tomar forma.
Entre as estampas dessa coleção, o vestido Caraíva é um dos carros-chefe da temporada. Desenvolvido de forma minuciosa, com poucos recortes para preservar a estampa, a peça tem efeito assimétrico que garante sua fluidez.
Os paneaux, marca registrada da estilista, aparecem em duas versões de estampas que compilam as pinturas inteiras dos quadros originais e podem ser usados de várias formas.
Entre os tecidos, seda e linho, como o verão tem que ser, e a modelagem impecável que traduz a forte imagem estética proposta pela estilista.